segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quando um bom coração infarta

Que eu sou bonzinho, isso eu já sabia. Que eu deixo as pessoas pisarem em mim e abro mão do meu orgulho em nome de uma amizade, old news as well. No entanto, o mais óbvio foi o que me levou mais tempo para perceber: as pessoas são descartáveis. Como aquelas coisas velhas, que todo mundo diz "joga isso fora, tá velho. Assim você consegue coisas novas". Isso também se aplica as pessoas, definitivamente.
No fundo, somos interessantes aos outros quando os tais outros tem algum tipo de interesse envolvido. Claro, nada é de graça. Só que isso se aplica a amizades em geral. Ou às relações humanas, sei lá. O que agora sei é que, não importa o quão legal você seja, o quão bom amigo, presente, atencioso (e mais um monte de características "looser"), você acabará sendo trocado por algo ou alguém mais interessante. Não importa se foi um deslize, uma frase que vc deixou de dizer, uma festa que vc deixou de ir... Não importa se você foi o cara mais bacana do mundo desde antes do seu "amigo" nascer... Nada importa, você já foi trocado por outra coisa. Sim, no fundo não passamos de coisas.
Talvez como uma defesa, estou aprendendo a abrir mão das pessoas. A saber a hora de desistir de alguém, de desistir de lutar por uma amizade. E quando eu digo desistir, eu quero dizer deixar de aguentar de um tudo, engolir seco, contar até dez e correr atras com aquelas célebres palavras: não vamos ficar assim, somos amigos (e etc). Hoje eu tenho a capacidade de entender que pode ter sido muito bom enquanto durou, mas as amizades são como namoros - passam por altos e baixos e eventualmente acabam.
Pensando nisso eu abro a geladeira da loja em que fui, para comprar refrigerante, pensando se comprava coca ou pepsi. E daí eu me lembro que meu pai está em casa, veio visitar. E meu pai detesta refrigerante de cola, mas adora guaraná antartica. Eu trago guaraná antartica pra casa. Porque há pessoas - e não coisas - que ainda valem a pena.