sábado, 16 de outubro de 2010

Tragicomédia

Sabe, demorou um bocado pra eu esquecer, e algumas vezes eu ainda não tenho certeza que eu esqueci totalmente. Mas são em alguns lapsos de momento que eu percebo que não vale a pena sentir o que eu sinto. Nunca valeu, pra falar a verdade. As músicas que me fazem lembrar de você falam de sentimentos tão mais fortes do que aqueles eu eu senti por você e você sentiu por mim. Se é que você sentiu alguma coisa por mim alguma vez. Ando duvidando disso.
Eu era alguém diferente naquela época, eu ainda não sabia de nada. Como eu era naive. Chega a ser engraçado, se parar pra pensar talvez eu dê risadas. Porque esse é o único sentimento que ainda vale a pena ter por nós... Rir, gargalhar. Que bobagem foi tudo aquilo. Uma tragédia, que de tão trágica que se tornou engraçada.
Não vale a pena, nunca valeu. Anos me prenderam em algo que, de repente e do nada, eu percebi que é uma idiotice. E eu perdi muito tempo... Mas vai saber se eu chegaria aqui nessa música e nessa taça de vinho se nada disso tiver acontecido. Vai saber...

É engraçado. Tô gargalhando aqui.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Wake up alone

Onibus da gardenia, carros de policia, musicas no meu itunes. Tudo tem me lembrado de vc. Uma lembrança - ao mesmo tempo - boa e ruim. Como aquela música que me deixa feliz e ao mesmo tempo triste. Não sei explicar, não sei entender. Só sei que acontece assim.
Acho que foi o tempo que mudou, esse frio, tempo nublado, a vontade de ficar agarrado na cama. Acho que isso me fez sentir saudade. Saudade daquela época onde eu tinha você, e mesmo assim acordava sozinho todo dia. Você era uma ideia, muito mais que alguém presente. De carne e osso. Você era o meu amor, refletido.
Agora nem mesmo a ideia de ter você por perto eu tenho mais. E por mais que esteja rodeado de uma multidão, as vezes eu me sinto sozinho. Fui eu quem quis assim. Fui eu que estraguei tudo. Porque, como a maioria dos humanos normais, eu nunca consigo estar satisfeito com o que eu tenho agora. Eu sempre procuro o diferente. O que é impossível.
Eu não quero voltar. Vivo de hoje em diante, sempre foi assim, sempre será. Eu queria que tivesse sido diferente dessa vez. Não foi, fazer o que? Tenho saudade de quando éramos felizes. Mesmo vivendo uma felicidade distante. Uma felicidade eletrônica. Mesmo sozinho, eu tinha alguém. Eu tinha você.
Eu tento encher meu tempo e minha cabeça, eu tento me apaixonar irresponsavelmente, eu tenho continuar a viver. A vida continua, eu continuo. Tudo continua. E tudo passar, e isso também vai passar uma hora.

but I still wake up alone.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quando um bom coração infarta

Que eu sou bonzinho, isso eu já sabia. Que eu deixo as pessoas pisarem em mim e abro mão do meu orgulho em nome de uma amizade, old news as well. No entanto, o mais óbvio foi o que me levou mais tempo para perceber: as pessoas são descartáveis. Como aquelas coisas velhas, que todo mundo diz "joga isso fora, tá velho. Assim você consegue coisas novas". Isso também se aplica as pessoas, definitivamente.
No fundo, somos interessantes aos outros quando os tais outros tem algum tipo de interesse envolvido. Claro, nada é de graça. Só que isso se aplica a amizades em geral. Ou às relações humanas, sei lá. O que agora sei é que, não importa o quão legal você seja, o quão bom amigo, presente, atencioso (e mais um monte de características "looser"), você acabará sendo trocado por algo ou alguém mais interessante. Não importa se foi um deslize, uma frase que vc deixou de dizer, uma festa que vc deixou de ir... Não importa se você foi o cara mais bacana do mundo desde antes do seu "amigo" nascer... Nada importa, você já foi trocado por outra coisa. Sim, no fundo não passamos de coisas.
Talvez como uma defesa, estou aprendendo a abrir mão das pessoas. A saber a hora de desistir de alguém, de desistir de lutar por uma amizade. E quando eu digo desistir, eu quero dizer deixar de aguentar de um tudo, engolir seco, contar até dez e correr atras com aquelas célebres palavras: não vamos ficar assim, somos amigos (e etc). Hoje eu tenho a capacidade de entender que pode ter sido muito bom enquanto durou, mas as amizades são como namoros - passam por altos e baixos e eventualmente acabam.
Pensando nisso eu abro a geladeira da loja em que fui, para comprar refrigerante, pensando se comprava coca ou pepsi. E daí eu me lembro que meu pai está em casa, veio visitar. E meu pai detesta refrigerante de cola, mas adora guaraná antartica. Eu trago guaraná antartica pra casa. Porque há pessoas - e não coisas - que ainda valem a pena.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Primeiros tijolos

Eu nao sou expert em engenharia ou arquitetura, mas sei que qualquer obra começa com um estudo, com cálculos e desenho de plantas, captação de investimentos e etc. Em seguida vem a pré-produção, que inclui a compra de materiais, contratação de pessoal, planejamento... Quando o primeiro tijolo é colocado no local, o pessoal costuma chamar de pedra fundamental e fazer uma cerimonia que comemora a construção oficialmente. Mas muito já tem sido feito antes da pedra fundamental ter sido lançada. E a tal pedra fundamental não garante que a obra vai ser concluida, ou sequer que vai sair dessa condição - simples pedra.
Eu não saberia dizer ao certo qual foi a minha pedra fundamental. Mas estou naquela fase dos primeiros tijolos. Estou começando a passar os planos da cabeça para a vida real. É um começo muito tímido, afinal uns 80% dependem de conseguir vender meu carro em tempo, sem isso a minha pedra fundamental vai ficar só na pedra mesmo. E mesmo para a venda do meu carro eu já estou construindo os primeiros tijolos. Já regularizei o IPVA - licenciamento - seguro e essa semana começo a revisão geral. Vai ser cara e demorada, e não porque o carro está com problemas, mas porque quero deixá-lo ótimo pra quem for comprar. Não curto de forma alguma a ideia de enganar alguém, maquiar o carro pra que traga problema pro futuro usuário. E afinal, esse carro me trouxe muita coisa boa, espero que essa energia passe pra quem adquiri-lo.
O carro, como eu já disse, é a maior parte do plano, mas ainda tem outras partes. E estou também trabalhando nessas outras partes, devagarzinho. Colocando tijolo por tijolo. E acho que num tempo hábil - e mais ou menos como programado - eu vou conseguir pegar o meu caminho de casa. Da minha nova casa. Ainda tem muito o que fazer, a construção ainda está no começo. Mas pouco a pouco eu consigo enxergar o resultado final. E eu acho que vai ficar muito bom!

Em tempo: tem algo que não vai ter como resolver... Algo chamado Michele. E isso vai ser foda.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

(mais) Um plano pro futuro

Tudo tem um fim, isso é uma verdade universal. Muitas vezes é impossível de enxergar, mesmo que esteja batendo na sua cara. Confesso que tenho dificuldade de enxergar um futuro pós determinada coisa. Como vai ser minha vida depois desse emprego? Depois desse relacionamento? Depois dessa cidade? Tenho a tendência de fantasiar o futuro, mas não consigo realmente enxergar como ele vai ser depois de uma etapa cumprida. Na verdade, tenho dificuldade em cumprir uma etapa. Fechar um ciclo.
Uma hora aquilo vai acabar. Pode demorar, pode terminar na minha morte. Mas vai terminar, isso com certeza. Mas eu acabo tomando as coisas como "pra sempre". Vejo outras pessoas que mudam de emprego, de namorado, de amigos, de vida... E fazem isso com uma facilidade invejável. Eu acho dificílimo. Me agarro até o último minuto, me apego a qualquer fio de esperança. Como se tivesse um medo imenso de trocar o certo pelo duvidoso, de me jogar no desconhecido. Isso é insegurança, pura e simples insegurança. E por mais que eu pareça alguém avesso a estabilidade, no fundo sempre estou correndo atrás dela.
E quando isso se torna ruim? Quando eu me acomodo com o presente e passo a viver no sonho de um futuro melhor. Como se eu tivesse me condicionado a estar em algo ruim esperando que algo de bom aconteça. E quando acontece, eu me agarro naquilo pra desenhar meu próximo sonho. E aquilo que era meu ideal de vida virou algo comum e desinteressante. Faço planos, sonho acordado. E to sempre buscando a felicidade. Como se eu sempre estivesse na véspera de ser feliz. Como se eu chegasse no alto da montanha e visse outra mais alta, e descobrisse que a felicidade ainda não chegou.
Tá certo, a natureza humana é de insatisfação, e isso é o que nos move a buscar novos ideais e continuar a respirar. Mas tudo que é demais sobra... E, como num paradoxo, acabo me acomodando pelo fato de que é só esperar pois algo enorme está para acontece. Algo enorme sempre estará pra acontecer, mas não é por isso que eu não posso ser feliz agora, com o que eu tenho. Ou então jogar tudo pro alto e fazer agora o que eu ando planejando para o futuro. O futuro pode ser agora. Basta só remexer o esqueleto, fazer acontecer. Doa a quem doer. Custe o que custar.

Pra que talvez um dia a felicidade não seja mais tão clandestina pra mim.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Me tira daqui

Me leva pra Paris.
Pra onde tenha um bom vinho, uma vida divertida, uma casa quente e uma cama aconchegante. Pra onde eu possa comer, conversar, respirar.
Me leva pra Dublin, coloca Stay pra tocar na hora tiver chegando.
Me leva pra comer, me leva pra Londres.
Pra passar frio.
Pra ver o dia passar cinzento, pra chuva lavar a minha alma triste.
Pra descansar, tomar cerveja, pra conhecer gente.
Me leva pra Bahia, Miami, Caribe.
Ou pra qualquer lugar que tenha praia.
Pra sentir a brisa fria e o calor do sol que nasce do mar.
Pra correr na areia, cair e arranhar.
Pra ficar preto e depois descascar.
Me leva daqui, me leva pra longe.
Pra onde eu possa esquecer das coisas que não me façam bem.
Me leva pra lua.
Me leva pra ver as estrelas.
Pra onde os anjos vão estar mais perto.
Pra sentir o nada e sentir saudade de tudo o que ficou pra trás.
Pra sentir vontade de sentir tudo de novo.
Pra tudo voltar a fazer sentido.
Pra tentar entender.

E aí me traz de volta.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um futuro provável

O encontro

Ela o encontrou pensativo em frente aos vinhos importados. Quis virar, mas era tarde, o carrinho dela parou junto ao pé dele. Ele a encarou, primeiro sem expressão, depois com surpresa, depois com embaraço, e no fim os dois sorriram. Tinham estado casados seis anos e separados, um, e aquela era a primeira vez que se encontravam depois da separação. Sorriram, e ele falou antes dela; quase falaram ao mesmo tempo.
- Você está morando por aqui?
- Na casa do papai.
Na casa do papai! Ele sacudiu a cabeça, fingiu que arrumava alguma coisa dentro do seu carrinho – enlatados, bolachas, muitas garrafas – tudo para ela não ver que ele estava muito emocionado.
Soubera da morte do ex-sogro, mas não se animara a ir ao enterro. Fora logo depois da separação, ele não tivera coragem de ir dar condolências formais à mulher que, uma semana antes, ele chamara de vaca. Como era mesmo que ele tinha dito? “Tu és uma vaca sem coração!”. Ela não tinha nada de vaca, era uma mulher esbelta, mas não lhe ocorrera outro insulto. Fora a última palavra que ele lhe dissera. E ela o chamara de farsante. Achou melhor não perguntar pela mãe dela.
- E você? – perguntou ela ainda sorrindo.
Continuava bonita.
- Tenho um apartamento aqui perto.
Fizera bem em não ir ao enterro do velho. Melhor que o primeiro encontro fosse assim, informal, num supermercado, à noite. O que ela estaria fazendo ali àquela hora?
- Você sempre faz compras de madrugada?
Meu Deus, será que ela vai tomar a pergunta como ironia?
Esse tinha sido um dos problemas do casamento, ele nunca sabia como ela ia interpretar o que ele dizia. Por isso, ele a chamara de vaca, no fim. Vaca não deixava dúvidas de que ele a desprezava.
- Não, não. É que estou com uns amigos lá em casa, resolvemos fazer alguma coisa para comer e não tinha nada em casa.
- Curioso, eu também tenho gente lá em casa e vim comprar bebidas, patê, essas coisas.
- Gozado.
Ela dissera uns amigos. Seria alguém do seu tempo? A velha turma? Ele nunca mais vira os antigos amigos do casal. Ela sempre fora mais social do que ele. Quem sabe era um amigo? Ela era uma mulher bonita, esbelta, claro que podia ter namorados, a vaca.
E ela estava pensando: ele odiava festas, odiava ter gente em casa. Programa, para ele, era ir para casa do papai jogar buraco. Agora tem amigos em casa. Ou será uma amiga? Afinal, ele ainda era moço... Deixara a amiga no apartamento e viera fazer compras. E comprava vinhos importados, o farsante.
Ele pensou: ela não sente minha falta. Tem a casa cheia de amigos. E na certa viu que fiquei engasgado ao vê-la, pensa que eu sinto a falta dela. Mas não vai ter essa satisfação, não senhora.
- Meu estoque de bebidas não dura muito. Tem sempre gente lá em casa – disse ele.
- Lá em casa também é uma festa atrás da outra.
- Você sempre gostou de festas.
- E você, não.
- A gente muda né? Muda de hábitos...
- Tou vendo.
- Você não me reconheceria se viesse viver comigo outra vez.
Ela, ainda sorrindo.
- Deus que me livre.
Os dois riram, era um encontro informal.
Durante seis anos tinham se amado muito. Não podiam viver um sem o outro. Os amigos diziam: Esses dois, se um morrer o outro se suicida.Os amigos não sabiam que havia sempre uma ameaça de mal-entendido entre eles. Eles se amavam mas não se entendiam. Era como se o amor fosse mais forte, porque substituía o entendimento, tinha função acumulada. Ela interpretava o que ele dizia, ele não queria dizer nada.
Passaram juntos pelo caixa, ele não se ofereceu para pagar, afinal era com a pensão que ele lhe pagava que ela dava festas para uns amigos. Ele pensou em perguntar pela mãe dela, ela pensou em perguntar se ele estava bem, se aquele problema do ácido úrico não voltara, começaram os dois a falar ao mesmo tempo, riram, depois se despediram sem dizer mais nada.
Quando ela chegou em casa ainda ouviu a mãe resmungar, da cama, que precisava acabar com aquela história de fazer as compras de madrugada, que ela precisava ter amigos, fazer alguma coisa, em vez de ficar lamentando o marido perdido. Ela não disse nada. Guardou as compras antes de ir dormir.
Quando ele chegou no apartamento, abriu uma lata de patê, o pacote de bolachas, abriu o vinho português, ficou comendo e bebendo sozinho, até ter sono e aí foi dormir.
Aquele farsante, pensou ela, antes de dormir.
Aquela vaca, pensou ele, antes de dormir.

Refeências:
Luis Fernando Veríssimo
As comédias da vida privada - 101 crônicas escolhidas.
7a. Edição - L & PM, Porto Alegre, 1994.
Páginas 55 a 57

quinta-feira, 4 de março de 2010

Porque eu saí da minha cama hoje mesmo?

Tenho várias respostas plausíveis para essa pergunta, mas nenhuma delas sequer se aproximaria da verdade. E é por isso que continuo me perguntando o porquê de eu ter aberto os meus olhos hoje de manhã. Chovia uma chuva fina, até a Serra do Curral ficou escondida debaixo do edredon. E daí que eu chego a UFMG para uma reunião chata, onde todo mundo fala as mesmas coisas e ninguem tá nem aí um pro outro. Muito, mas muito sem propósito. Nada de anormal.
Estou azedinho, chatinho, sem graça, com preguiça, desestimulado, desanimado. É passageiro, amanhã eu acordo novo e pronto pra outra. Mas até amanhã ainda demora um tempinho bom.
Tempo bom, sol e calor na parte da tarde. O casaco verde da Adidas passou de um conforto para um peso. Faz calor, e não são nem 15km de distância do lugar onde estava frio hoje de manhã - minha cama. Como eu queria estar agora na minha cama, ouvindo Michele roncar, chorar e se coçar. Assistindo BBB e jogando Super Mario World. Tomando Coca Zero e comendo biscoito Passatempo. Sumir por algumas horas, to sonhando com isso...

Agora acorda, Bê. Sua aluna de especialização está chegando e vocês tem uma monografia pra terminar!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Quando tudo começa numa segunda-feira...

Segunda é um dia importante. É o dia mundial de começar todos os projetos, o dia mundial do mal humor, o dia mundial da ressaca, o dia mundial de querer ficar na cama até mais tarde, o dia mundial de enrolar no trabalho (e eu poderia ficar aqui até a próxima segunda). A minha segunda começou chuvosa e atrasada, pulei da cama as 10 da manhã. 10 da manhã era a hora que eu deveria chegar na UFMG, mesmo assim combinado com minha (des)orientadora fazendo cara feia. E ainda assim eu chego atrasado - as vezes eu acho que não tenho muita noção do perigo. Por sorte ela, a orientadora, também deu o TGM na segunda-feira. Ótimo, uma desculpa a mais nos meus arquivos.
O dia começou preguiçoso, a dieta prometida também começou preguiçosa. Não foi uma daquelas segundas onde a gente acorda acreditando que vai mudar o mundo. Foi uma segunda preguiçosa, onde até a Michele demorou pra sair da cama. Mas algumas coisas começaram a acontecer. Começou, por assim dizer, o trabalho nos bastidores. Boas notícias sopraram por esses lados. Nada demais que deva ser contado aqui em primeira mão - bastidores, como disse.
Ouvi boas notícias e recebi ótimas dicas. E o principal: comecei a traçar os caminhos a seguir. Como se desse início a uma contagem regressiva. Não de 10, mas de mil ou ainda mais. Uma contagem que demora, que ainda vai parar algumas vezes para rever um ou outro detalhe técnico. Mas o importante é que ela começou, agora pra valer. E espero que seja sem volta.
Hoje foi o primeiro passo. Tímido, pequeno, preguiçoso. Mas agora, definitivamente, caminho. Peguei o caminho de casa.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sobre o tempo que passa

Acho que desacostumei com o horário normal, por causa do horário de verão. Isso é bom e ruim. Bom quando eu acordo pela manhã achando que estou incrivelmente atrasado e ainda nem são 9 horas (sim, começo depois das 10!). Mal em momentos como esse, onde eu penso que tá super tarde, bate aquela vontade de ir embora e ainda são 5 e meia da tarde. Pelo menos mais 2 horas ainda por aqui. Afinal, quem chega tarde sai tarde - nem tudo são flores.
As coisas finalmente estão acontecendo. Meu projeto saiu do marasmo e agora caminha. Ainda tem uma estradinha meio grande pra seguir, mas pelo menos não está parado, sentado, esperando o sinal que nunca abre. Pra falar a verdade, as coisas caminharam rapido demais essa semana, embolei um pouco o meio de campo sobrepondo diversas atividades. Mas tudo vai se acertando. E o tempo vai passando, um pouco fora do meu compasso. Mas ele continua andando.
Preciso agitar agora uma outra parte da vida - eu mesmo. A inércia está disputando espaço com a profunda insatisfação. Em vários aspectos. Preciso dar um jeito no corpo, nas finanças, nas roupas, no carro quebrado, na bagunça do meu quarto (e da minha vida). Sinto como se estivesse a beira de uma mudança daquelas de filme, onde o mocinho fica irreconhecível. Mas a mudança não acontece. O meu filme é um suspense psicológico, onde eu fico em alerta esperando as coisas acontecerem e elas não acontecem. E o tempo continua passando.
Hora de mudar. Urgente! A idéia é aproveitar um mês que começa com uma segunda-feira. Então, segunda-feira eu começo. Isso se eu não estiver de mal humor...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A caminho de casa

Sabe quando alguma coisa grande está pra acontecer? Dá aquele tédio misturado com expectativa... Não sei explicar. Sei que estou me sentindo meio assim. Tá, algumas coisas grandes devem acontecer, mas não agora, não nos próximos agoras. Vai demorar um pouquinho.
Mas não é disso que eu quero falar. Não agora.
Estou insatisfeito. Comigo, mainly. Mas com algumas coisas ao meu redor também. Tenho muito o que resolver antes das "coisas grandes" realmente acontecerem. Tenho que voltar pra casa, mas o caminho é longo. E muita coisa vai rolar enquanto eu caminhar.
Hoje decidi começar, dar os primeiros passos. Não sei de nada, como vai ser, o que vai ser, se vai ser. Sei que eu vou caminhar. E aí, seja o que for...

Eu só posso prometer tentar.