domingo, 27 de fevereiro de 2011
Começo do fim
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Thank U
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Epitáfio
Hoje eu só quero pedir desculpas. Aos meus pais, aos meus amigos, meus cachorros e minha Belo Horizonte. Pedir desculpa a minha Michele. Desculpa a todos vocês que estão aqui e a quem eu estou abandonando. Sim, eu estou deixando vocês todos para trás e partindo atrás de um sonho. Um sonho que diriam ser um sonho louco. Porque assim, num estalar de dedos, eu vou trocar tudo o que eu construí aqui por duas semanas de lugar para morar e alguns poucos milhares de euros na carteira.
Eu sou o maior culpado de ter que ir embora. Eu fui um incompetente ao construir a minha vida aqui. Eu errei a mão em diversos momentos, repeti os mesmo erros e bati com a cabeça na parede por inúmeras vezes. E daí que eu cheguei num ponto onde eu não vejo mais caminho viável pra mim. Não aqui, em Belo Horizonte. Não aqui, no Brasil. Voltei meus olhos pro outro lado do Atlântico, para uma segunda possível casa. Para Berlin, a maravilhosa e dourada Berlin.
Berlin é, para mim, um sonho. Uma esperança. Aquela esperança das coisas se resolverem. Berlin é a minha megasena. É onde eu estou me dando a chance de recomeçar do zero. E como é confortante a ideia de começar do nada outra vez. A ideia de poder fazer tudo de novo, e dessa vez do jeito certo, colocando em prática tudo o que eu aprendi nos erros do passado. Eu vou tentar refazer. Eu vou tentar ser bem sucedido em tudo o que eu não fui aqui.
Eu vou pra Berlin, e quando eu voltar eu vou ter mais grana do que tenho hoje. Quando eu voltar, vou ter um corpo mais bacana e aquele menino que me deu um fora vai vir atrás de mim. Quando eu voltar, eu vou ter viajado mais, conhecido mais pessoas e lugares, me divertido mais, saído pra mais baladas… Quando eu voltar, eu quero voltar uma pessoa muito melhor do que sou hoje. Pode ser tudo uma ilusão, mas eu preciso acreditar nessa ilusão. Eu preciso ver um novo caminho, eu preciso seguir em frente. Eu preciso consertar os erros, mudar as coisas, me encontrar novamente e construir a minha vida.
Só que pra isso eu vou ter que deixar vocês todos para trás, e vocês não tem culpa disso. No final das contas, vocês é que vão pagar pelas minhas burradas e pela minha obstinação em fugir da minha vida errada para uma vida nova. Uma vida nova onde vocês não vão fazer parte, não da forma como fazem hoje. Não é justo com nenhum de vocês, e 'q por isso que eu peço desculpas. Do fundo do coração.
Desculpa por ter que ir embora. Desculpa por não ser perfeito. Desculpa por qualquer coisa. Não posso prometer voltar uma pessoa melhor. Mas posso prometer tentar. Por mim, sim. Mas principalmente por vocês.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Armários
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Risco químico
Desculpa por não ter sido como você esperava que eu fosse. Não funcionou, não sei porque... Só sei que não rolou. Tenho a impressão que foi recíproco, mas isso é pura especulação. Afirmo por mim: não rolou, mesmo.
A gente tinha tudo para dar certo, foi sensacional no papel. Na tela do computador, pelo facebook, pelo telefone. A expectativa foi fenomenal. Aí você chegou ao mundo real. No começo, sei lá. Foi estranho. Não foi tudo aquilo, não sei se você também achou... Você é um cara sensacional, bonito, interessante, inteligente... Mas a química, essa dona química. Ela é cruel algumas vezes. Foi comigo. Não teve química. Mas eu não estou escrevendo aqui para falar mal.
Eu só queria mesmo te pedir desculpas. Principalmente por não ter tido a capacidade de te dizer isso tudo cara a cara, como alguém de caráter deve fazer. E eu não consegui. Eu deveria ter mandado você viver a sua vida, ter dito que não foi, que não era o que eu esperava, que não teve química. Talvez tudo tenha ficado bem, talvez você também estivesse pensando o mesmo. E talvez pudéssemos ter construído uma bela amizade...
Desculpe-me, do fundo do coração. Espero que você leia, espero que você me entenda. Espero ser seu amigo, de verdade. E espero talvez um dia conseguir tomar uma cerveja com você. Em Ipanema ou na Savassi, ouvindo Tulipa Ruiz ou Ludov. Mas o mais importante, espero um dia fazer você rir comigo de tudo isso.